junho 18, 2011

Biólogos australianos sugerem que o focinho do "peixe-serra" é usado tanto para encontrar como desmembrar suas presas.

Sawfish Snout Has Sixth Sense, Splits Prey in Half
Rare fish use saw as "antenna" to detect electric fields of prey.

A sawfish.
The rare fish's saws are lined with pores that detect electric fields,
a new study suggests (by David Wachenfeld)
Christine Dell'Amore
Published June 15, 2011

They may not see dead people, but sawfish use a sixth sense based in their snouts to hunt and dismember prey, new research shows for the first time.

Previously scientists had suspected that sawfish large ocean and freshwater fish found throughout the tropic use their saws to probe sand or mud for prey.

Now, preliminary experiments suggest that the fish's long, tooth-lined saw are full of pores that can detect movements or electric fields of passing prey acting as a sort of "distant touch," Barbara Wueringer, a sensory neurobiologist at the University of Queensland in Australia, said by email.

This skill is especially handy for nosing out dinner in murky or dark waters, Wueringer said.

The saw a cartilaginous extension of the skull also doubles as a weapon, the new research suggests. Lateral swipes can split smaller fish in half, she observed during experiments in the lab.

"We know so little about sawfish, even though these animals can grow really big" up to 16 feet (5 meters). "To know that the saw acts like an antenna that can sense prey is amazing."

Making Sense of Sawfish

In addition to observing the animals, Wueringer dissected several sawfish that had been accidentally caught or died naturally.

She found that the sawfish's saws were full of tiny pores that signal the ability of an animal to detect the electric fields present in all living animals. Sharks and rays have these pores, as do some fish such as lungfish and even some mammals such as the echidna. (See "Sharks Repelled by Metal That Creates Electric Field.")

By making "maps" of the skin of four species of rare sawfish, Wueringer pieced together where the pores are distributed on the saws. She then compared this data with pore placement on two species of shovelnose rays.

Determining where pores are most concentrated gives clues about animals' feeding behaviors, she said.

"For example, rays have their eyes on the upper side of their head, but the mouth is on the lower side. Pores that can detect electric fields around the mouth allow these animals to sense a fish when they are trying to ingest it but cannot see it," she said.

In the sawfish, the pores were most concentrated on the upper sides of their saws, which should enable the predators to stalk fish in the space above their saws.

Sawfish Research May Help Rare Species

Overall, Wueringer hopes the research will help conservationists learn more about sawfish, especially the four species she studied, whose last stronghold is a remote bay of northern Australia.

In general, sawfish have dwindled dramatically in recent years, largely due to overfishing, both intentional and accidental—the sawfish's serrated snouts make the animals especially vulnerable to entanglement in fishing nets, according to the International Union for Conservation of Nature. (See "Sawfish Is First Sea Fish on U.S. Endangered List.")

"In order to protect endangered species, we need to know as much as we can about them," she said.

"How a species catches its prey, and also which senses are involved in detecting the prey, is part of the basic understanding of a species."

Preliminary sawfish research presented at Fresh Science a communication boot camp for early-career scientists at the Melbourne Museum in early June.

junho 07, 2011



nº 94 - Junho 2011
Pesca ameaça pequenos peixes mais do que se pensava
As leis de proteção para os ecossistemas marinhos seguem, em geral, a mesma lógica das válidas para o ambiente terrestre, acreditando que os grandes predadores são os seres mais vulneráveis.  Agora, um novo estudo pode desmentir essa noção ao demonstrar que pequenas espécies estão desaparecendo mais rapidamente.

Pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, analisaram mais de 200 relatórios científicos de centros pesqueiros de todo o planeta e descobriram que pequenos peixes, como sardinhas e anchovas, sofreram nos últimos 60 anos o dobro de casos de colapsos em seus cardumes do que as grandes espécies.

“Existe muita preocupação com os predadores, como tubarões e os vários tipos de bacalhau, até porque eles realmente estão em risco. Mas acontece que a base da cadeia alimentar, formada pelas pequenas espécies, pode ser ainda mais vulnerável. Isso é algo que não esperávamos encontrar”, afirmou Malin Pinsky, co-autor da pesquisa.

Segundo o estudo 
Unexpected patterns of fisheries collapse in the world's oceans (algo como Padrões inesperados de colapso de pesca nos oceanos), publicado no dia 2 de maio no periódico Proceedings of theNational Academy of Sciences (PNAS), já era de conhecimento público que as grandes espécies são sensíveis à pesca industrial. O que surpreende é que na realidade essa atividade está afetando de maneira ainda mais feroz as pequenas espécies, que eram consideradas mais resistentes.

Os cientistas acreditam que a diferença entre a vulnerabilidade das espécies terrestres e oceânicas se deve ao modo como o homem influencia os mares. Enquanto em terra a perda de habitat é o grande problema e afeta principalmente animais maiores que precisam de territórios extensos, nos oceanos o que causa o desaparecimento das espécies é, sobretudo, a pesca descontrolada, que não faz distinção entre o tamanho dos peixes.

Assim, afirma o estudo, enquanto as grandes espécies possuem alguma segurança nas leis, mesmo que limitadas, pequenos peixes estão sumindo sem que se perceba.

“Apenas com o nosso trabalho que pudemos ter noção de que se somarmos todos os colapsos, que eram tidos como fenômenos isolados, o número de desaparecimentos de peixes como as sardinhas em determinadas regiões é muito mais frequente do que se pensava. Portanto, a pesca predatória é na realidade ainda pior para o ecossistema”, explicou Pisnky.

As pequenas espécies são vitais para os oceanos e quando elas sofrem quedas na população isso acaba afetando mamíferos, pássaros e outros peixes que dependem delas como alimento.

“Existe um número relativamente baixo de espécies nesse nível da cadeia alimentar. Se uma delas entra em colapso, pode resultar em um grande impacto em todo o ecossistema”, afirmou Pinsky.

As pequenas espécies costumam ter naturalmente uma vida curta e se reproduzir rapidamente, assim, muitas vezes depois de um colapso, elas conseguem se recuperar em cinco ou dez anos. A preocupação é que sem o controle sobre a pesca, elas não têm oportunidade para se recobrar e podem sumir completamente.

“As conclusões deste trabalho devem servir de alerta sobre o risco de continuarmos com o atual modelo de pesca. É preciso desenvolver melhores práticas e criar leis que também protejam os cardumes de pequenas espécies”, concluiu Simon Jennings, pesquisador chefe do Centro para Meio Ambiente, Pesca e Aquicultura do Reino Unido.