abril 11, 2011






A espécie é a terceira mais exportada, mas
 é considerada vulnerável (by Georgia Santiago)






Diário do Nordeste: cavalo-marinho
Publicado em 10 de abril de 2011 
CEARÁ terá laboratório para reprodução
 "ex situ" do cavalo-marinho

"O objetivo é reduzir a captura da espécie em ambiente natural, bem como reproduzi-la numa quantidade suficiente."

O cavalo-marinho é a terceira espécie de peixes ornamentais mais exportada no Ceará. O animal, no entanto, está na lista vermelha da UICN (União Internacional para Conservação da Natureza), por ser considerado vulnerável. Pensando nisso, para intensificar a criação e reprodução desse tipo de peixe em cativeiro, pesquisadores do Instituto de Ciências do Mar (Labomar), da Universidade Federal do Ceará (UFC), devem inaugurar, ainda neste ano, uma sala exclusiva aos estudos e ao cultivo do animal.

O objetivo é reduzir a captura da espécie - Hippocampus reidi - em ambiente natural, bem como produzir uma quantidade suficiente do animal para atender parte da demanda de aquariófilos e levar aos pescadores material especializado e treinamento para o cultivo adequado de cavalo-marinho.

Vários fatores têm contribuído com a diminuição da população de cavalos-marinhos: o desmatamento, a poluição, as construções irregulares próximas ao locais onde eles habitam e o comércio ilegal da espécie. Este último é o que mais preocupa os pesquisadores, pois além de ser usado para embelezar aquários, existem pessoas que procuram o peixe para fazer artesanato, medicamentos naturais e, até mesmo, cultos religiosos, como é o caso da Umbanda.

Como informa Luis Parente Maia, diretor do Labomar, a venda ilegal de cavalos-marinhos ocorre nas comunidades ribeirinhas. O preço, dependendo do tamanho e da coloração, varia de R$ 3,00 a R$ 5,00, valores irrisório se comparados aos dos mercados europeu e chinês, onde cada animal fica entre R$ 80,00 e R$ 200,00. "A China consome, por mês, uma tonelada de cavalo-marinho ressecado para fazer remédios", diz.

abril 08, 2011

Peixe da Amazônia auxilia as plantas na reprodução

O Tambaqui, peixe comum nos rios amazônicos, possui uma dieta composta por sementes de frutas.

Durante as cheias dos rios, o peixe se posiciona debaixo das árvores e aguarda pela queda das sementes. Estudos conduzidos por pesquisadores da Universidade Duke – Carolina do Norte – comprovam que esta espécie tem papel fundamental na dispersão das sementes.

Para chegar a tais conclusões os biólogos rastrearam 24 peixes e analisaram as distâncias percorridas pelos animais, além de estimar a quantidade de tempo que as sementes ficam no intestino do Tambaqui. Os resultados demonstraram que aproximadamente 5% das sementes eram excretadas a mais de dois quilômetros da árvore que a originou. Esta espécie de peixe se alimenta de sementes de mais de 20 tipos de plantas frutíferas.

No decorrer do estudo, os pesquisadores puderam observar que os peixes maiores percorrem maiores distâncias antes de excretar as sementes, e estas são excretadas sempre em planícies o que permite dar origem a novas árvores e manter a diversidade na floresta. Mas a dispersão aleatória das sementes está ameaçada pela pesca indiscriminada, visto que os pescadores visam peixes grandes – que são os que percorrem mais quilômetros com as sementes. A prática da pesca sem controle acarretou em uma redução de 90% no número de peixes da espécie.

Os impactos, que uma possível extinção do Tambaqui pode acarretar, ainda são imprecisos, mesmo assim os pesquisadores são enfáticos ao afirmar que o peixe tem papel fundamental na forma como a floresta se organiza.

05/abril/2011- por Érika Rodrigues

Reprodução de várias espécies de árvores frutíferas da 
Amazônia têm um aliado na reprodução: o Tambaqui.

abril 06, 2011

Fukushima: Indústia pesqueira ameaçada pela elevada radioatividade

DW-WORLD.DE - DEUTSCHE WELLE
http://www.dw-world.de - MEIO AMBIENTE | 05.04.2011

Radioatividade na costa japonesa ameaça indústria pesqueira
Autor: Gero Rueter (br)
Revisão: Roselaine Wandscheer

A água radioativa lançada no Oceano Pacífico pela central nuclear de Fukushima pode trazer sérias consequências à cadeia alimentar, resultando em contaminação de peixes a longo prazo, explica biólogo.

Água lançada no mar é pouco
contaminada, diz Tepco.
Mais de 11 mil toneladas de água contaminada com radioatividade em Fukushima estão sendo bombeadas para o Oceano Pacífico desde segunda-feira (4/4). O processo deve durar até o final de semana. A Tepco, empresa operadora das centrais nucleares de Fukushima, diz tratar-se de água pouco contaminada, mas não revelou números.
Segundo a operadora, esta água pouco contaminada está sendo lançada no oceano com a intenção de criar espaço para o armazenamento de água ainda mais contaminada.
Os trabalhadores na usina estão diante de um dilema: primeiro jogam água nos reatores com a intenção de resfriá-los, mas depois não sabem o que fazer com esta água contaminada. As autoridades acreditam que, entretanto, já se tenham acumulado 60 mil toneladas de água contaminada no porão e nos canais subterrâneos dos prédios dos reatores. 

Radioatividade 7,5 milhões mais alta que o permitido
Além disso, a Tepco continua tentando fechar uma rachadura por onde estão escoando ao mar nos últimos dias sete toneladas de água radioativa por hora. Suspeita-se que esta água venha do reator 2 da central de Fukushima, onde foram encontradas barras de combustível parcialmente derretidas.
Segundo a mídia japonesa, a concentração de iodo na água do mar diante do reator 2 – medida no último sábado – é 7,5 milhões de vezes mais alta que o permitido. O governo japonês já anunciou que irá intensificar o controle de iodo nos frutos do mar.

Mercado de peixes em Tóquio tem
mais de 700 comerciantes.
Mau para os negócios
Especialistas criticam o escoamento de água radioativa para o mar. Hans-Josef Allelein, professor de Engenharia e Segurança Nuclear da Universidade de Aachen, acredita que a Tepco deveria ter se preparado para esta situação.
"O despejo da água no mar é a confissão de que não há alternativa. Já se passaram quase três semanas desde o acidente. Poderiam ter sido construídos no complexo nuclear tanques de concreto para armazenar a água radioativa, ao menos temporariamente. A opção de despejar a água no mar é, para mim, a pior de todas", conclui o professor.
Agora o Japão pretende remodelar um gigantesco navio-tanque para captar a água radioativa. Porém sua capacidade é de apenas 10 mil toneladas e ele deverá chegar à central nuclear de Fukushima somente após 16 de abril.

Pescador com mais de 50 anos
no comércio pesqueiro.
Peixes em perigo
O biólogo do Greenpeace Dirk Zimmermann disse à Deutsche Welle que a situação é "absolutamente catastrófica, de uma dimensão sem tamanho". Segundo ele, os perigos reais da situação são incalculáveis, principalmente pelo fato de os dados da Tepco e do governo japonês serem contraditórios e escassas.
Zimmermann acredita que a contaminação radioativa poderá trazer fortes consequências à pesca regional, já que na costa de Fukushima encontra-se uma das melhores áreas do mundo em termos de concentração de peixes.

Problemas no Pacífico
Duas correntes marítimas se encontram na costa de Fukushima. A corrente vinda do sul, mais forte, pode levar as partículas radioativas para o leste, acredita Zimmermann. Até alguns dias, especialistas consideravam pequenos os riscos de a contaminação afetar a população mundial de peixes.
Hoje, porém Zimmermann, vê a situação de forma diferente: "O césio, que é solúvel e volátil, deverá se distribuir por uma grande área. A ele eventualmente se somarão estrôncio e plutônio. Dependendo do tamanho das partículas, a disseminação será ainda maior. Esta radioatividade se estenderá então à cadeia alimentar, tornando-se então um problema para o Oceano Pacífico".

Peixes devem ser analisados
Por causa da concentração de radioatividade, não se pode descartar a contaminação de peixes a longo prazo. O biólogo do Greenpeace aconselha a prevenção e, sobretudo, que "precisamos estar preparados para a ideia de que, acredito, o peixe vindo do Pacífico precisará ser analisado durante um longo período de tempo. Deveríamos nos ocupar com isso", explica Zimmermann.

abril 05, 2011

Robalo: como criar?

Globo Rural - Notícias - 04/03/2011 
COMO CRIAR / PEIXES

Saiba como criar: Robalo!!!
por João Mathias
Consultor Vinicius Ronzani Cerqueira* 

Apreciado pelos consumidores, o peixe é encontrado em todo o litoral brasileiro e também é opção para ser criado em açudes, lagos e represas de água doce.

Pesquisas realizadas ao longo dos últimos anos abriram a possibilidade de criação de robalo em cativeiro. As técnicas de reprodução, larvicultura e engorda estão hoje dominadas e permitem incluir a espécie entre as opções da piscicultura comercial. Resistente ao manejo, o robalo é muito versátil, com boa adaptação na fase da engorda a ambientes de água salobra, salgada ou doce. 

Pertencentes ao gênero Centropomus, os robalos são peixes de escamas e de água salgada encontrados no litoral do continente americano. Mas eles também vivem em estuários, manguezais e em rios de água doce até vários quilômetros acima da foz, graças à tolerância a variações de salinidade no ambiente aquático. O robalo gosta de nadar em águas calmas, barrentas e sombreadas e de permanecer na parte mais funda do leito dos rios. 

De sabor suave e de ótima qualidade, com bons índices de ácidos graxos n-3, a carne do robalo tem alto valor comercial e boa demanda no mercado. Branca e leve, a carne do peixe já fazia parte da dieta dos romanos há muitos séculos. 

De corpo alongado e comprimido, conferindo-lhe um nado rápido, o robalo se alimenta de crustáceos, como camarões e caranguejos, e de pequenos peixes. No ambiente natural, vive em grandes cardumes quando jovem, mas torna-se solitário ao atingir a idade adulta, formando grupos apenas no período de reprodução. Predador, ataca as presas com voracidade e, por isso, é apreciado na pesca esportiva. 

Em criações cujo objetivo é a engorda de alevinos, a dica é deixar a fase de reprodução aos cuidados de especialistas. O processo é complicado e exige experiência e habilidade para lidar com a indução de hormônios nas matrizes. 

MÃOS À OBRA
INÍCIO: Dois tipos de robalo destacam-se aqui: o flecha (Centropomus undecimalis), que atinge no máximo 1,2 metro de comprimento e peso de 25 quilos, com reflexos esverdeados e ventre esbranquiçado; e o robalo-peva (Centropomus paralellus), que chega a 50 centímetros de comprimento e cinco quilos, apresentando o dorso cinza-esverdeado e os flancos prateados. O peva é a espécie sobre a qual há mais conhecimento à disposição para criação e produção de alevinos. 

AMBIENTE: Bastante resistente, o robalo tolera grande variação de temperatura, em uma faixa que pode ir de 10 ºC a 35 ºC. Mas, abaixo de 20 ºC, ele come e cresce muito pouco. A água deve ser limpa e de boa qualidade, com pH entre 7 e 9, para ficar próximo ao pH do mar, que é 8. Também deve ser bem oxigenada, com aproximadamente dois a cinco miligramas de oxigênio por litro. 

ESTRUTURA: A criação pode ser manejada em tanques escavados, açudes e represas. Ainda podem ser usados tanques de concreto, lona e fibra de vidro. Em locais com boa profundidade, uma opção são os tanques-redes, com pelo menos três metros, e o tanque-berçário, com um metro. É importante certificar-se de que o tamanho da malha não deixará o peixe preso, pois o robalo tem a cabeça em ponta, enroscando-se com facilidade na rede. Se a área for muito grande, é melhor manter os peixes concentrados em um cercado por um a três meses, fornecendo alimentação, para que se acostumem ao ambiente. Ao liberá-los, não deve haver predadores maiores que o robalo no local. 

ALIMENTAÇÃO: Camarões e pequenos peixes são os alimentos preferidos do robalo, que é um predador voraz. À medida que cresce, a tendência é o robalo se tornar mais piscívoro, comendo mais peixes. No mar, ele se alimenta de sardinha, tainha, peixe-rei, entre outros. Em água doce, prefere lambaris, barrigudinhos e até girinos. Em criação intensiva, são usadas rações formuladas para carnívoros, como truta ou beijupirá. 

REPRODUÇÃO: O robalo macho atinge a maturidade sexual aos 2 anos de idade, e as fêmeas aos três anos. A desova ocorre exclusivamente no verão, em regiões mais frias, e durante quase todo o ano em locais mais quentes. O processo de reprodução é feito pela indução com hormônios. Em laboratórios, onde se faz um rígido controle ambiental, é possível produzir juvenis na maior parte do ano

RAIO X
CRIAÇÃO MÍNIMA: Centenas para sistema extensivo (açude) e milhares para cultivo em tanques-rede.
CUSTO: de R$ 1 mil a R$ 2 mil o milheiro.
RETORNO: a partir de um ano e meio.
REPRODUÇÃO: nos meses mais quentes na maior parte do país.

*doutor em oceanografia biológica e professor titular de piscicultura marinha da UFSC.

abril 01, 2011


Cover Image: April 2011 Scientific American Magazine

Scientific American Magazine

Recommended: A World without Fish
Books and recommendation from Scientific American
Kate Wong, April 1, 2011




World without Fish

by Mark Kurlansky. Illustrated by Frank Stockton. Workman, 2011

Tuna, cod, salmon, swordfish—most of the world’s commercial fish species may disappear in the next 50 years as a result of overfishing, pollution and global warming. Timed to coincide with Earth Day and the one-year anniversary of the Gulf oil spill, this beautifully illustrated children’s book explains how fish came to be so imperiled, how their decline affects other organisms, and what people can do about it.

Cave of Forgotten Dreams
Film by Werner Herzog, opens April 29 in theaters across the U.S. A long time ago, in the dark recesses of a cave in the Ardèche region of south-central France, a visitor working by torchlight expertly applied charcoal to the craggy limestone walls to create a quartet of spirited horses, their mouths open as if whinnying to one another. It is one of humanity’s greatest artworks. It is also one of the first: the paintings in this cave known as Chauvet have been dated to around 32,000 years ago, which, if confirmed, would make them the oldest cave paintings on record.

Since the discovery of the cave in 1994, access has been tightly restricted for fear of upsetting the delicate balance of conditions that have preserved the images for millennia; only a handful of people have ever been allowed entry. Luckily for the rest of us, German filmmaker Werner Herzog is one of them, having obtained exclusive permission from the French government to shoot inside the cave.

This 89-minute documentary film represents Herzog’s first foray into the 3-D medium. Thanks to this technology, viewers feel the claustrophobia of the initial descent into the cave, followed by the relief of entering the spacious first chamber with its glittering stalactites and stalagmites. But it is the lingering, reverent shots of the paint­ings—highlighting, for example, the way their creators used the natural contours of the walls to give depth to the creatures they depicted—that most benefit from the 3-D treatment, revealing these Ice Age artists as keen observers of the natural world.

Herzog makes a few missteps, as when he suggests that it is as if the modern ­human spirit first emerged in western ­Europe. In fact, mounting evidence, in­cluding advanced weaponry and such symbolic items as jewelry, indicates that anatomically modern human beings began thinking like us long before they fanned out from their African birthplace to colonize the rest of the Old World. But that oversight should not deter would-be viewers. Chauvet is a marvel of prehistory, and Herzog’s awe-inspiring tour is the closest we will ever get to the real thing.

Rios Douro e Guadiana já foram a casa do Esturjão

31.03.2011 - Por Teresa Firmino
Já houve esturjões em Portugal

Extinção foi na década de 1980 em PT

Vivia no mar e, na altura da reprodução, subia os rios portugueses para desovar. As bacias do Douro e do Guadiana eram então a casa do Acipenser sturio, a espécie de esturjão que já existiu em Portugal.

Era apanhado para ser comido, não para fazer das suas ovas a famosa conserva chamada caviar, explica a bióloga Fátima Gil, do Aquário Vasco da Gama, em Lisboa. Mesmo assim, um dos seus nomes vulgares era peixe-do-caviar. Chamavam-lhe também esturjão, esturgião, esturião, esturjão-real, peixe-cola, solho, solho-grande e solho-rei. 

Em Portugal, hoje está extinto na natureza. O último rio que visitou foi o Guadiana, na década de 1980. "O desaparecimento deveu-se à pesca na época da reprodução, às barragens que os impediram de subir os rios para locais propícios à desova e à sobrevivência das larvas e juvenis, e à poluição", refere Fátima Gil. "Junto dos nossos grandes estuários encontram-se também as maiores cidades." 

Nos países onde ainda existe o Acipenser sturio, como a bacia do rio Gironde, em França, e a do Guadalquivir, em Espanha, está criticamente ameaçado de extinção. 

Mas há várias espécies de esturjões na Europa e na América do Norte, e de quase todas se faz caviar. A principal fonte desta delícia para muita gente é, porém, o esturjão-beluga - com o nome científico Huso huso -, que vive nos mares Cáspio e Negro e no rio Volga. É o maior de todos, podendo atingir nove metros de comprimento.