outubro 29, 2010

Espécie de peixe usa bigode para atrair fêmeas

BBC/BRASIL - 30/junho/2010 (06:07h)
Os machos de uma espécie mexicana de peixe usam bigodes para se tornarem mais atraentes para as fêmeas.

Até agora, os cientistas não sabiam por que os peixes da espécie conhecida como Molinésia mexicana (Poecilia sphenops) desenvolveram uma estrutura similar a um bigode acima do lábio. Mas o estudo, publicado na revista especializada Behavioral Ecology and Sociobiology, revelou que as fêmeas acham o bigode sexualmente atraente. Além do apelo visual, o bigode pode também ser usado para estimular o órgão sexual das fêmeas. A espécie vive no México, onde é relativamente comum encontrada em locais que variam de pequenos rios a riachos e lagos. Esses peixes têm um comportamento reprodutivo com fecundação interna, com os machos fertilizando as fêmeas internamente, em vez de espalhar o sêmen sobre ovos na água.

Experimentos
Os cientistas queriam entender por que apenas alguns machos da espécie tinham o bigode. O estudo foi realizado pelo professor de zoologia Ingo Schlupp, da Universidade de Oklahoma, nos Estados Unidos, com outros cientistas americanos e alemães. Eles estudaram vários machos e fêmeas capturados em seu habitat natural. Os cientistas fizeram uma série de experiências, colocando machos e fêmeas em tanques, medindo o tempo que as fêmeas passavam ao lado de cada macho e comparando esses dados com o comprimento dos bigodes. Eles também estudaram como as fêmeas respondiam a vídeos mostrando diferentes machos. Os resultados foram claros. Nos experimentos com mais de cem peixes, as fêmeas foram consistentes em sua preferência pelos machos com bigodes. “A estrutura similar ao bigode parece ser uma característica selecionada sexualmente que antes não era reconhecida em peixes da família Poeciliidae”, disseram os pesquisadores.

Função Tátil
Apesar de terem testado apenas o apelo visual do bigode, os cientistas acreditam que ele também tenha uma função tátil. “Isso é baseado na observação geral de que os machos tocam a região genital das fêmeas com a boca antes da copulação”, disse Schlupp à BBC. Os cientistas acreditam que, além de serem estimuladas, as fêmeas possam obter informações sobre os machos dessa forma. “Várias outras espécies, incluindo os peixes-gato, têm estruturas semelhantes, a maioria com funções desconhecidas”, disse Schlupp.

outubro 26, 2010

Seca histórica ameaça peixe-boi da Amazônia

INPA - ASCOM/AMPA
25/out/2010 (08:51:37)
por Séfora Antela

Associação Amigos do Peixe-boi (Ampa) recebe denúncia da caça de animais presos à lagos no interior do Amazonas

      Com a redução exorbitante do nível das águas dos rios Amazônicos, o peixes-boi, espécie ameaçada de extinção, está mais vulnerável à caça, por isso, a Associação Amigos do Peixe-boi (Ampa) promoveu nesta segunda-feira (25/out) excursão à Autazes, distante da capital amazonense 108 Km, para realizar operação. A viagem foi organizada depois de denúncia feita por populares do município à Ampa, que atua em convênio com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT) e recebe incentivos da Petrobrás.
      Uma equipe de dez pessoas, composta por membros da Associação e de representantes de órgãos governamentais, ligados ao meio ambiente, foi até o local da denúncia para constatar o ocorrido. “Fomos avisados de que um lago próximo à colônia dos pescadores de Autazes secou muito e os animais estavam expostos, sendo vítimas de caça. Então, mobilizamos essa equipe para fazermos a fiscalização e conscientização ambiental, a fim de proteger essa espécie”, explica o diretor da Ampa, Jone César Silva.
      Em período de seca, como esclarece Silva, os peixes-bois migram para lagos profundos aguardando a enchentes; entretanto, em secas mais severas, como está ocorrendo esse ano, esses animais ficam muito mais vulneráveis ao abate. “Historicamente, o peixe-boi amazônico é alvo de caça, por ter um grande interesse comercial, devido a sua carne, gordura e principalmente seu couro muito resistente. Hoje, mesmo protegido por lei, ele ainda é vítima de caça ilegal e esse fator se agrava nessas épocas do ano”, comenta Silva.
      Silva alerta ainda que se o peixe-boi continuar sendo caçado, ele pode deixar de existir, como ocorreu com a vaca-marinha-de-Steller, parente do peixe-boi extinto no século 18, após 27 anos de sua descoberta.        
      “O peixe-boi é uma espécie endêmica da região. Ele tem um papel importante para o equilíbrio do ecossistema, como é um animal herbívoro, alimenta-se de plantas aquáticas, portanto, evita que as plantas se acumulem no rio, permitindo a passagem de canoas. Além disso, suas fezes servem de alimento para microorganismos, que são comida dos peixes, que fazem parte de nossa dieta,” ressalta.

outubro 24, 2010

Baixa das águas vai afetar reprodução

Domingo, 24 de outubro de 2010 
Diários de Cuiabá - Edição nº 12847

Estiagem mais prolongada deve influenciar ecossistema aquático em MT, já que chuvas funcionam como primeiro sinal para peixes se reproduzirem
by DHIEGO MAIA
Da Reportagem

A duas semanas da vigência do defeso, as chuvas em Mato Grosso têm se mostrado desfavoráveis à reprodução dos peixes pelo atraso e pouco volume. No ecossistema aquático, a chuva funciona como um gatilho, que emite o primeiro sinal para o organismo do peixe, avisando que chegou a hora de se reproduzir. 

Mato Grosso é um dos estados diretamente afetados pelo fenômeno La Niña, desordem de temperatura das águas do Oceano Pacífico, que empurra chuvas acima da média em algumas regiões deixando outras em extrema estiagem. De acordo com boletim meteorológico do Sistema de Proteção da Amazônia, as chuvas de outubro serão esparsas e de curta duração. A partir de novembro é que elas ganharão maior volume. 

O baixo nível de três importantes rios que compõem as bacias hidrográficas de Mato Grosso é prova de que a transição entre a estiagem e o período chuvoso anda mais longa. O fenômeno não é exclusividade deste ano. Ele já se repete há alguns anos. 

De acordo com o presidente da Federação dos Pescadores em Mato Grosso, Lindebergue Gomes Lima, os sinais já são visíveis. “O reservatório de Manso pede socorro. Sem poder liberar água, o peixe parou em Santo Antônio e não sobe porque não tem água”, revela. 

Medições efetuadas pela Defesa Civil do Estado nos rios Cuiabá, Paraguai e Araguaia mostram que o nível de água cai consideravelmente a partir do mês de agosto vindo a se recuperar no mês de novembro. 

Em São Félix do Araguaia, a régua de medição do rio Araguaia apontava, em junho deste ano, um nível médio de 3,22 metros. Em agosto, a média despencou para 2,38 metros. No rio Cuiabá, a média do nível do rio em julho alcançava 0,52 metro. Em agosto, o nível abaixou mais 10 centímetros (0,42 metro) e terminou setembro com média de 0,36 metro. O rio Paraguai, que possui volume e grande quantidade de pescado, obteve redução de nível do mês de julho para agosto de 30 centímetros, de 1,47 metro para 1,17. Em setembro a régua de medição mostrava situação ainda pior quando o nível estava na casa dos 1,01 metro. 

A Defesa Civil classifica os dados como decorrentes de uma longa estiagem, não configurando ainda período de seca, quando o nível dos rios praticamente se esgota. 

De acordo com a pesquisadora da Universidade Federal de Mato Grosso, Lúcia Aparecida Mateus, o baixo volume dos rios coloca os peixes em risco. “O problema do rio mais baixo é que os peixes ficam vulneráveis à pesca predatória”, salienta. Os cardumes que nadam contra correntezas, saltam paredões e percorrem grandes distâncias. Ao se aproximar de pontos mínimos de água se tornam presas fáceis porque se avolumam em locais rasos dando chance de captura a qualquer pessoa que estiver no rio. 

A pesquisadora ainda aponta que não existem registros na literatura científica de desaparecimento de peixes relacionado com a falta de chuvas. A degradação do rio e a sobrepesca, associados, já têm, porém, provocado dificuldades na renovação do pescado. O problema se agrava ainda mais em períodos de longa estiagem. “Nós temos observado que a renovação do estoque não está acompanhando a retirada do pescado por conta do assoreamento e desmatamento das cabeceiras”, confirma. 

A Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) vai montar bases de fiscalização durante o defeso nos locais em que tradicionalmente a extração ilegal de peixe é maior. Segundo a Secretaria, 197 agentes de fiscalização de diversos órgãos ambientais será direcionados ao combater dos ilícitos ambientais no período. 

MUDANÇA - Para próximo ano, existe a proposta de alteração do período da piracema com base em estudos e monitoramentos que vêm sendo realizados, unificando, inclusive, com o vizinho Mato Grosso do Sul. De acordo com a coordenadora de Fauna e Recursos Pesqueiros da Sema, Neuza Arenhart, desde 2004, o órgão vem realizando levantamentos nas Bacias do Rio Paraguai (Paraguai), Bacia Amazônica (Teles Pires) e Bacia do Araguaia-Tocantins (Araguaia). O objetivo é monitorar os aspectos reprodutivos dos peixes. 

Os estudos vêm mostrando, que em outubro, mais de 50% das espécies de coros coletadas estavam em maturação, embora não signifique que estavam “maduros”, conforme Arenhart. Já a desova dos peixes ocorre entre os meses de dezembro e janeiro. “Em fevereiro, a maioria já estava esvaziada”, observa. 

Além disso, levando em consideração o ciclo da chuva, a piracema é um processo que pode se alterar. “O baixo nível do rio em outubro, momento em que os peixes estão migrando em cardumes, propicia a pesca excessiva sobre as espécies”. (Colaborou Joanice de Deus)

outubro 23, 2010

Piscicultores aprendem a fazer farinha, conserva e ensilado de carne de peixe

15.10.2010 | 10:35
Redação Sebrae Notícias

Peixe com valor agregado

Conserva e ensilado de carne de peixe valoriza produção

      A tradicional piracuí, farinha que os índios e ribeirinhos do Pará e Amazonas produzem utilizando a carne do bodó que contêm 70% de proteína a torna um dos alimentos mais nutritivos, muito procurada, mas produzida em quantidade insuficiente para atender as necessidades do mercado, oferece aos piscicultores uma boa alternativa para agregar valor à carne de pescado.
      O engenheiro de pesca, Nilson Luiz Aguiar de Carvalho pesquisador da Embrapa do Amazonas vem dedicando sua vida ao desenvolvimento de novos produtos a partir da carne e resíduos do pescado dos rios e pisciculturas da região. Seus mais de 20 anos de estudos o levaram a um mestrado e um doutorado, mas também a uma decepção que é o pequeno interesse dos empresários locais em investir em produtos alternativos que ao caírem no gosto dos consumidores geram emprego e renda para as pessoas.
      Essa constatação fez com que ele e a esposa decidissem investir o próprio dinheiro na criação da empresa Delicatessem Pescado que lhe renderam três prêmios nacionais, um internacional e que acaba de ser indicado para o prêmio Natura de São Paulo pelo trabalho alternativo de valorização do pescado amazônico.
      “Trabalhos de pesquisa com alimentos precisam ser realizados em parceria com a indústria e o mercado para que seus resultados não sejam condenados a permanecer nas estantes das instituições sem chance de chegar à população. O consumo da carne de peixe cresce a cada ano e a oferta da natureza é cada vez menor, então é preciso estimular as criações e combater o desperdício utilizando toda a carne e resíduos para que a população possa ser bem alimentada!” Esclareceu Nilson.
      Na Delicatessem são produzidos quibe, almôndega, lasanha, bife, salsicha, pirarucu defumado, uma série de mais de 20 produtos que são vendidos diretamente aos consumidores. “Hoje mal conseguimos atender a demanda, há inclusive propostas de fornecimento para redes de supermercados, proposta que ainda não abraçamos porque o mercado do pescado é ainda carece de organização para garantir o abastecimento em escala industrial”, reconhece Nilson lembrando que entre apresentar seus produtos e conquistar a confiança dos consumidores para chegar onde está, foram 12 anos de muito trabalho.
      Ele esclarece que a maioria das pessoas acha que basta industrializar um produto para que se consiga agregar valor a ele, mas não é bem assim, segundo pode constatar durante seu trabalho de pesquisa, desenvolvimento de produtos e contato com os consumidores. “Valor agregado é garantir a satisfação de quem vende e de quem compra! Isso não é fácil porque você precisa conciliar o seu custo de produção para oferecer um produto com preço justo e ao mesmo tempo cair no gosto dos consumidores que tenham condições e disposição para pagar esse preço”.

Produtos alternativos
      Nilson esclareceu ao piscicultores que a carne de peixe para fazer farinha deve ser magra porque a gordura acelera a deterioração do produto final. Explicou que é justamente por isso que ribeirinhos e índios preparam a farinha a partir do bodó, cuja carne é muito boa e contém pouquíssima gordura. “É um alimento tão saudável que até o Ministério do Exército decidiu incluir a farinha de piracuí na alimentação dos soldados, mas quando tentou comprá-la deparou com uma produção artesanal que dificultava sua comercialização em alta escala”.
      Nilson veio ao Acre a convite da coordenadora do projeto de Fortalecimento da Piscicultura, pelo Sebrae do Acre, Rina Suarez, segundo a qual explicou que: “Os resultados deste projeto do Sebrae para o fortalecimento da piscicultura está sendo comprovado pelo aumento constante na produção de carne com qualidade, melhoramos também o sistema de abate, conservação e conquistamos cada vez mais consumidores. Mas estamos atingindo a capacidade de consumo da carne fresca pelo mercado localç, então é hora de buscar novos mercados e criar novos produtos que venham agregar valor à carne do pescado produzido no Acre!”
      O pesquisador esclareceu que, a carne da maioria dos peixes podem ser transformadas em farinha. Durante o treinamento assou dois tambaquis e depois de retirar sua carne preparou a farinha que foi testada e aprovada pelos mais de 20 produtores que participaram do treinamento. “A farinha de peixe é um dos alimentos mais nutritivos e procurados do mundo, seja para fazer ração para animais, como para a alimentação de pessoas”.
      Também ensinou como preparar uma silagem de pescado para utilizá-la no preparo de ração para os próprios peixes e outros animais. Mostrou como preparar uma conserva de peixe para consumo in natura acompanhando saladas ou como aperitivo.
      Apresentou a utilização dos resíduos de pescado como adubo para a agricultura. E ainda o uso do couro de peixe curtido para a fabricação de bolsas, carteiras, sapatos e outros acessórios muito procurados no mercado.

outubro 22, 2010

Danos causados aos rios, pântanos e lagos ameaçam desestabilizar a diversidade das espécies de peixes de água doce

Reuters/Brasil - 22 de outubro de 2010
by Chisa Fujioka (Reuters/Tóquio)
Destruição de rios e lagos ameaça saúde e alimentos, diz ONU

TÓQUIO (Reuters) - Danos causados aos rios, pântanos e lagos ameaçam desestabilizar a diversidade das espécies de peixes de água doce, apresentando um risco à segurança alimentar, nutrição de pessoas e rendimentos do setor, informou um relatório apoiado pela ONU nesta sexta-feira.
Rios e lagos são a fonte de 13 milhões de toneladas de peixe ao ano em uma indústria que emprega 60 milhões de pessoas, segundo um estudo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Unep) e do Centro Mundial do Peixe.
Peixes de água doce também são importantes para a nutrição, principalmente na África e em partes da Ásia, por fornecerem micronutrientes como vitamina A, cálcio, ferro e zinco, acrescentou o relatório.
Esses fatores, segundo o estudo, aumentam o risco para os seres humanos da destruição de ecossistemas de água doce e há urgência em protegê-los da poluição, das mudanças climáticas, sobrepesca e construção de usinas hidrelétricas.
O relatório foi divulgado paralelamente à reunião da ONU que está sendo realizada entre os dias 18 e 29 de outubro em Nagoya, no Japão. A reunião tem como objetivo pressionar governos e empresas a contribuírem mais no combate ao acelerado desaparecimento de espécies de animais e plantas.
Apesar da produção pesqueira ter aumentado na Ásia e na África nos últimos 40 anos, a pesca em outras regiões nivelou e em alguns casos, tem sofrido queda, principalmente devido aos danos ambientais, segundo o relatório.

outubro 19, 2010

O desastre ambiental no Golfo do México está afetando a reprodução do atum Thunnus thynnus, típico da região atlântica

By G1, Ciência e Saúde, São Paulo - 18/10/2010

Espécie de atum sofre por desastre no Golfo do México, diz ESA
Agência espacial europeia revela impacto do derramamento de óleo. Mais de 20% das crias morreram por contaminação na supérficie da água.
Imagem de satélite mostra extensão da mancha no Golfo do México, com as áreas
mais vermelhas indicando águas mais afetadas pelo desastre. (Foto:GeoVille / ESA)
O desastre ambiental na plataforma Deepwater Horizon, no Golfo do México, atrapalha a reprodução da espécie Thunnus thynnus, um atum típico da região atlântica. A informação foi divulgada pela agência espacial européia (ESA, na sigla em inglês) nesta segunda-feira (18/out).
O satélite Envisat, da ESA, e outros aparelhos europeus geraram dados para a formação de mapas mostrando a forma, extensão e localização da mancha de óleo.Considerando os habitats de criação de ovos de atum, cientistas do Ocean Foundation - uma organização não governamental para proteção de espécies e do meio ambiente marinho - descobriram que mais de 20% das crias, ao buscar alimentos como plânctons na superfície, acabaram morrendo por contaminação.
A espécie tem valor comercial alto e os exemplares podem chegar a ter o tamanho de um automóvel pequeno. Durante os últimos trinta anos, o estoque da população de atum no Atlântico baixou 82% devido à caça intensa. A redução no número de peixes faz com que a reprodução precise ocorrer com poucos distúrbios.
Os peixes chegaram no local entre janeiro e julho para se reproduzir. O auge na produção de crias ocorreu entre abril e maio, mesma época na qual 5 milhões de litros de petróleo começaram a ser derramados em águas mexicanas e norte-americanas em 2010. O poço da British Petroleum explodiu em 20 de abril.
A reprodução do Thunnus thynnus acontece em águas superficiais, com a fêmea largando ovos para serem ferlilizados pelos machos em seguida. A presença do óleo na água prejudica o ciclo, podendo ser nociva até mesmo para os adultos da espécie.
A ESA deve apresentar mais informações sobre o trabalho dos satélites na análise do desastre do Golfo durante a COP-10, realizada em Nagoya, no Japão, para debates sobre biodiversidade.


outubro 18, 2010

Barracuda salta e ataca mulher que estava em caiaque

MIAMI - Mon Oct 18, 2010 2:47
Writing by Pascal Fletcher 
Editing by Jim Marshall

Jumping barracuda injures kayaker off Florida Keys


(Reuters) - A barracuda jumped out of the water and bit a 45-year-old woman kayaker in the chest in the Florida Keys, causing injuries which required her evacuation by boat and helicopter to a Miami hospital, the U.S. Coast Guard said on Monday.
It said the incident, in which the woman suffered a suspected punctured lung and broken ribs, took place on Sunday evening near Big Pine Key where the victim and a companion were kayaking in shallow water. The two told rescuers the fish was about 4 feet long and was previously seen skipping across the water. It knocked the woman out of the two-person kayak when it hit her in the chest, the Sun-Sentinel newspaper reported. She climbed back into the kayak and her companion, unable to row her to safety, called for help on his mobile phone. "She had a pretty bad chest wound," the paper quoted one of the rescuers, Captain Kevin Freestone, owner of TowBoatU.S. in Big Pine Key and Cudjoe Key and a member of the Volunteer Fire Department in Big Pine Key. "She was conscious, and she was scared about what had happened to her." The U.S. Coast Guard station in Marathon launched a vessel, but because of the shallowness of the water it was a small boat deployed by TowBoatU.S., which assists vessels in distress, which was able to transport a paramedic to the injured woman and bring her to shore. A helicopter took her to Jackson Memorial Hospital in Miami where she was listed as stable, the Coast Guard said. Barracudas are sleek, swift predators with razor sharp teeth. Other cases of the fish leaping out of the water and biting fishermen and boaters have been reported in Florida.
Em julho uma história semelhante foi relatada por uma família também na Flórida. 
Peixe barracuda salta em barco e ataca adolescente

The Sun
London - Published: 03 Jul 2010
By VIRGINIA WHEELER

Uma menina de 14 anos sofreu o ataque de uma barracuda. Mas Koral Wira não estava no mar. Estava, sim, no iate da família nos arredores de Venice (Flórida, EUA). De acordo com testemunhas, o peixe de dentes afiados saltou ao barco e abocanhou o braço esquerdo da adolescente, que estava sentada, deixando marcas terríveis na pele da jovem. O pai de Karol, Rob Wira, que estava pescando no momento do ataque, fez o relato: "O peixe abocanhou a minha isca para tubarão e, depois, pulou para fora da água, na direção da minha filha. Foi a coisa mais louca que já aconteceu na minha vida. A barracuda atacou a Karol e caiu ao seu lado. Eu a matei com uma faca, enfiada na cabeça, antes que ela matasse um de nós". Para a mãe, Dina, o braço da filha ficou como um "hambúrguer cru": "Foi a coisa mais terrível pela qual passei. A família inteira ficou em choque".

outubro 15, 2010

Alterações climáticas vão afetar os rios e os peixes

DN CIÊNCIAS - 15/10/2010
por Filomena Naves
Alterações no regime hidrológico dos rios, com mais episódios de seca e de inundações, tenderão a empobrecer as cadeias alimentares aquáticas. Peixes são os mais vulneráveis.
As alterações climáticas e as intervenções humanas nos rios, como a construção de redes de barragens ou o desvio dos cursos originais, estão a causar uma diminuição de caudais, mas também episódios de inundações inesperados em muitos rios do mundo. Este desequilíbrio crescente está, por sua vez, a afectar a cadeia alimentar baseada nestes ecossistemas, o que faz antever mais conflitos no futuro, à medida que as alterações climáticas se intensificarem.
O alerta é de um grupo de investigadores norte-americanos, das universidades de Yale e do estado do Arizona, que analisaram 36 grandes rios e respectivos afluentes na América do Norte e detectaram estas tendências.
A dimensão da cadeia alimentar que tem por base os rios ou ribeiros depende essencialmente da sua dimensão (comprimento) e não dos recursos aí existentes, explicam os investigadores, cujos estudos foram coordenados por John Sabo, da universidade do estado do Arizona.
"As inundações e as secas encurtam a cadeia alimentar [nos rios], mas fazem-no de forma diferente", explica o coordenador do estudo, sublinhando que, no primeiro caso, são os elementos no meio da cadeia que desaparecem, descendo os peixes, que estão no topo, umas quantas posições na hierarquia.
"As secas levam ao fim do predador do topo: os peixes. Em ambos os casos, a cadeia encurta-se, mas os efeitos da seca são mais catastróficos para os peixes e são também mais duradouros", adianta John Sabo, que é especialista em ecologia e ciências do ambiente.
Os peixes maiores, que estão no topo da cadeia alimentar nestes ecossistemas são os mais vulneráveis às variações que ocorrem nos caudais dos rios.
As alterações climáticas, cujos efeitos vão intensificar-se ao longo das próximas décadas, terão também impactos crescentes no equilíbrio da cadeia alimentar, avisa a equipa.
"Mesmo nos grandes rios do mundo há cada vez mais episódios de seca e os modelos climáticos fazem antever que muitos rios vão sofrer maior variabilidade de caudal", afirma o coordenador do estudo, notando que os resultados da sua equipa "sugerem que estas alterações hidrológicas vão empobrecer as cadeias alimentares nos rios e aumentar as probabilidades de se perderem muitos peixes predadores no topo dos ecossistemas aquáticos".
As consequências a outros níveis, como social e humano, poderão passar pela intensificação dos conflitos sobre a utilização dos recursos hídricos entre diferentes comunidades.

outubro 13, 2010


Peixes escolhem a fêmea pelo tamanho das nadadeiras
Berlim, 12 oct (Prensa Latina)
Autor Mireya Ortiz Becquer
12 de octubre de 2010

Os peixes cíclidos machos, ao que parece, preferem às fêmeas com uma nadadeira pélvica grande, segundo os resultados de um estudo alemão difundido na Revista Evolutionary Biology.
Estes peixes escolhem o potencial casal pelo tamanho da nadadeira porque pode ser um indicador de boa saúde, de menos probabilidades de morte por fome ou doenças e as proles de fêmeas geradas são mais atraentes para outros machos, demonstraram, pela primeira vez, pesquisadores da Universidade de Bonn - Alemanha.
Por essa razão, as fêmeas da espécie Pelvicachromis taeniatu, peixe oriundo de África, desenvolveram nadadeiras pélvicas desproporcionais em comparação com seu corpo.
Ainda que se saiba muito sobre as características sexuais secundárias (ornamentos) dos machos, a das fêmeas é muito pouco conhecida.
Segundo os cientistas, é a primeira vez que uma investigação analisa a alometría - o vínculo entre o tamanho e a forma do corpo - de um ornamento como é o tamanho das nadadeiras nas fêmeas de Pelvicachromis taeniatu.
A equipe de pesquisadores descreve que durante o cortejo as fêmeas agitam suas grandes nadadeiras pélvicas de cor violeta, muito diferente à dorsal, peitorais e anal, o qual poderia ser uma forma de atrair a atenção de suas congéneres do sexo oposto.
"É claro que os machos preferem a fêmeas com nadadeiras pélvicas maiores e que estas nadadeiras crescem de forma desproporcional a suas outras nadadeiras", escreveram os pesquisadores à revista.


outubro 03, 2010

B. Inst. Pesca, São Paulo, 35(4): 587 - 596, 2009

REPRODUÇÃO DO “CICLÍDEO-ANÃO AMAZÔNICO”, Apistogramma cacatuoides, HOEDEMAN, 1951 (PERCIFORMES: CICHLIDAE) EM LABORATÓRIO.

(REPRODUCTION OF THE “AMAZONIC DWARF-CICHLID”, Apistogramma cacatuoides, HOEDEMAN, 1951 (PERCIFORMES: CICHLIDAE) IN LABORATORY.)

FCM, ALVES; NET, ROJAS & E ROMAGOSA

Apistogramma cacatuoides pertence à família Cichlidae, é nativo da Bacia Amazônica e atualmente explorado pela pesca extrativista. Devido ao padrão de coloração do macho, é uma espécie bem valorizada como peixe ornamental. O experimento foi realizado no laboratório do Instituto de Pesca - APTA/SAA/SP. Inicialmente 12 casais foram mantidos individualmente em aquários (Fase 1). Procurou-se caracterizar aspectos sobre a reprodução relativos a: 1) idade da primeira desova; 2) número de posturas de ovos; 3) número de ovos liberados; 4) sobrevivência das larvas com 15 dias de vida e 5) proporção entre os sexos. As posturas foram realizadas em abrigos, onde a fêmea cuidava dos ovos e larvas até se estas se tornarem livre natantes. As larvas, com 15 dias de vida, foram separadas dos pais, transferidas para outros aquários (Fase 2) e mantidas até a fase juvenil para se verificar a proporção entre os sexos e a taxa de sobrevivência. A temperatura, pH, condutividade, alcalinidade, cálcio e oxigênio dissolvido da água dos aquários dos reprodutores foram monitorados. A primeira desova ocorreu, em média, com 214,7 ± 30,6 dias de vida; as fêmeas realizaram entre 1 e 12 posturas, liberando de 95 a 1410 ovos durante 36 meses de experimento. Após 15 dias de vida, a taxa de sobrevivência média das larvas foi de 34% e a proporção entre os sexos dos juvenis foi de 1,6 fêmea: 1 macho. A piscicultura de A. cacatuoides em cativeiro é viável e, pode propiciar a diminuição da pressão da captura dos estoques naturais, protegendo esta espécie endêmica em seu habitat natural.

Apistogramma cacatuoides belongs to the Cichlidae family, is native to the Amazon Basin and currently explored by extractive fishing. Due to male coloration standard, it is considered a valued specie as ornamental fish. The experiment was conducted in the laboratory of the Instituto de Pesca - APTA/SAA/SP. Initially 12 couples were kept individually in aquariums (Phase 1). We sought to characterize aspects of reproduction: 1) age of first spawning, 2) number of spawnings per female, 3) number of eggs released, 4) survival of the larvae within 15 days of life and 5) proportion between the sexes. The positions were in shelters where the female care for eggs and larvae until they become free swimming. Larvae with 15 days of life were separated from their parents, transferred to other aquariums (Phase 2) in which they were kept until the juvenile stage to ascertain the proportion between the sexes and survival rate. Water parameters as, pH, conductivity, alkalinity, calcium and oxygen dissolved were measured in the aquariums of the reproducers. The first spawning was, on average, with 214.7 ± 30.6 days, the females performed between 1 and 12 positions, releasing 95 to 1410 eggs. After 15 days, the average survival rate of larvae was 34% and the proportion between the sexes of juveniles was 1.6 female: 1 male. The fish culture of A. cacatuoides in captivity is viable and may provide an effective decrease of natural resources captures, protecting the endemic species in their natural habitat.