By G1, Ciência e Saúde, São Paulo - 18/10/2010
Espécie de atum sofre por desastre no Golfo do México, diz ESA
Agência espacial europeia revela impacto do derramamento de óleo. Mais de 20% das crias morreram por contaminação na supérficie da água.
Imagem de satélite mostra extensão da mancha no Golfo do México, com as áreas mais vermelhas indicando águas mais afetadas pelo desastre. (Foto:GeoVille / ESA) |
O desastre ambiental na plataforma Deepwater Horizon, no Golfo do México, atrapalha a reprodução da espécie Thunnus thynnus, um atum típico da região atlântica. A informação foi divulgada pela agência espacial européia (ESA, na sigla em inglês) nesta segunda-feira (18/out).
O satélite Envisat, da ESA, e outros aparelhos europeus geraram dados para a formação de mapas mostrando a forma, extensão e localização da mancha de óleo.Considerando os habitats de criação de ovos de atum, cientistas do Ocean Foundation - uma organização não governamental para proteção de espécies e do meio ambiente marinho - descobriram que mais de 20% das crias, ao buscar alimentos como plânctons na superfície, acabaram morrendo por contaminação.
A espécie tem valor comercial alto e os exemplares podem chegar a ter o tamanho de um automóvel pequeno. Durante os últimos trinta anos, o estoque da população de atum no Atlântico baixou 82% devido à caça intensa. A redução no número de peixes faz com que a reprodução precise ocorrer com poucos distúrbios.
Os peixes chegaram no local entre janeiro e julho para se reproduzir. O auge na produção de crias ocorreu entre abril e maio, mesma época na qual 5 milhões de litros de petróleo começaram a ser derramados em águas mexicanas e norte-americanas em 2010. O poço da British Petroleum explodiu em 20 de abril.
A reprodução do Thunnus thynnus acontece em águas superficiais, com a fêmea largando ovos para serem ferlilizados pelos machos em seguida. A presença do óleo na água prejudica o ciclo, podendo ser nociva até mesmo para os adultos da espécie.
A ESA deve apresentar mais informações sobre o trabalho dos satélites na análise do desastre do Golfo durante a COP-10, realizada em Nagoya, no Japão, para debates sobre biodiversidade.
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