Vídeo Reportagem: Portal G1 - Pesquisadores-encontram-peixes-estranhos-no-litoral-da-bahia
Um tubarão de meio metro e um peixe cabeça de geleia. Esses são alguns animais marinhos muito raros capturados por pesquisadores do Projeto Tamar, na Bahia. Até agora, são dez espécies que nunca tinham sido vistas no Atlântico Sul. Quatro delas são novidades para todo o mundo.
Os peixes foram capturados entre 200 e 1.200 metros de profundidade. Muitos chegaram à superfície mortos, mas alguns sobreviveram e foram levados para a base do Tamar de Praia do Forte, onde ganharam um espaço especial: escuro e frio, como no fundo do mar.
O peixe cabeça de geleia era desconhecido até pouco tempo atrás. Ele foi descoberto por uma equipe do Tamar durante testes com anzóis circulares. Os testes vêm sendo feitos desde 2009, em águas profundas, em frente ao litoral norte da Bahia.
Os anzóis circulares, usados nos testes feitos pelo Projeto Tamar, já são utilizados também em muitos países. Eles são bem menos agressivos do que os anzóis em J. As tartarugas marinhas, por exemplo, quando capturadas com anzóis circulares têm 6% a mais de chance de sobreviver, segundo os pesquisadores do Projeto Tamar. É mais uma ação para preservar a vida marinha sem prejudicar o trabalho dos pescadores.
"Nós queríamos mostrar para o público, pro pescador, que os anzóis eram eficazes e que pescavam muito bem peixe e que não pescavam tartaruga. Pra nossa surpresa, vieram peixes desconhecidos”, diz o coordenador do Projeto Tamar Guy Marcovaldi.
Já o ‘tubarãozinho’ foi um dos primeiros capturados. Adulto, mede cerca de 50 centímetros. Segundo os pesquisadores, é uma espécie dócil. Além de manter os tubarõezinhos vivos, os biólogos conseguiram também fazer com que eles se reproduzissem em cativeiro. “Se adaptaram tão bem a viver nesse espaço que eles se reproduziram. Já nasceram mais de cinquenta filhotinhos”, fala o biólogo do Tamar Gonzalo Rostan.
A barata gigante do mar também é outro bicho estranho. O crustáceo pode viver a dois mil metros de profundidade. “Ele se alimenta de animais que chegam mortos ao fundo dos oceanos”, explica a bióloga Flávia Almeida.
Outro bicho esquisito é a espécie de peixe-bruxa, que vive a mais de mil metros de profundidade. Ele tem um corpo alongado, como uma enguia. O crânio é cartilaginoso e possui uma narina única. “É o mais primitivo dos peixes. É um animal que não tem olhos. Para se defender dos predadores, ele solta um muco na água”, completa a bióloga.
Um belo domingo.
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