Lagos da América do Norte estão se parecendo com "geléias"
"Osteoporose Aquática"
Uma nova pesquisa revelou que esse fenômeno "osteoporose aquática" está se espalhando ao longo de muitos lagos de águas temperadas da América do Norte devido à diminuição dos níveis de cálcio na água, dificultando a sobrevivência de alguns organismos.
Cientistas das Universidades de Queen, York e Cambridge, juntamente com outros colaboradores, identificaram uma mudança biológica em muitos lagos de águas temperadas, em resposta ao declínio dos níveis de cálcio, após períodos prolongados de chuva ácida e extração de madeira. A pouca disponibilidade de cálcio dificulta a sobrevivência de muitos organismos aquáticos que precisam de níveis elevados de cálcio para seu crescimento.
"O cálcio é um nutriente essencial para muitos organismos que vivem no lago, mas as concentrações foram reduzidas à níveis tão baixos em muitos lagos que espécies-chave já não conseguem sobreviver nesse ambiente", diz Adam Jeziorski, um dos principais autores do estudo.
A equipe de pesquisa descobriu que quando os níveis de cálcio estão baixos, a Daphnia (pulga de água), que tem requisitos elevados de cálcio no corpo, reduz sua população drasticamente.
É importante ressaltar que esta espécie (Daphnia) está sendo substituído por seu concorrente revestido de geléia, Holopedium (foto por Ian Gardiner / E-Fauna BC).
"As condições estão agora a favor de animais melhores adaptados á baixos níveis de cálcio, e essas mudanças podem ter repercussões ecológicas e ambientais significativas," diz o Dr. Jeziorski.
"O estudo descobriu que os invertebrados revestido de geléia vêm aumentando em muitos lagos norte-americanos, provavelmente como um efeito a longo prazo da chuva ácida sobre os solos florestais, onde ocorrem a extração de madeira e regeneração florestal."
O aumento desses invertebrados pode ter implicações importantes para a biota do lago, alterando as cadeias alimentares, e também a obstrução das entradas d'água. Infelizmente, o que se contratou é que muitos lagos investigados pela equipe passaram dos limiares críticos.
O estudo foi publicado na Proceedings of the Royal Society B.
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