outubro 23, 2010

Piscicultores aprendem a fazer farinha, conserva e ensilado de carne de peixe

15.10.2010 | 10:35
Redação Sebrae Notícias

Peixe com valor agregado

Conserva e ensilado de carne de peixe valoriza produção

      A tradicional piracuí, farinha que os índios e ribeirinhos do Pará e Amazonas produzem utilizando a carne do bodó que contêm 70% de proteína a torna um dos alimentos mais nutritivos, muito procurada, mas produzida em quantidade insuficiente para atender as necessidades do mercado, oferece aos piscicultores uma boa alternativa para agregar valor à carne de pescado.
      O engenheiro de pesca, Nilson Luiz Aguiar de Carvalho pesquisador da Embrapa do Amazonas vem dedicando sua vida ao desenvolvimento de novos produtos a partir da carne e resíduos do pescado dos rios e pisciculturas da região. Seus mais de 20 anos de estudos o levaram a um mestrado e um doutorado, mas também a uma decepção que é o pequeno interesse dos empresários locais em investir em produtos alternativos que ao caírem no gosto dos consumidores geram emprego e renda para as pessoas.
      Essa constatação fez com que ele e a esposa decidissem investir o próprio dinheiro na criação da empresa Delicatessem Pescado que lhe renderam três prêmios nacionais, um internacional e que acaba de ser indicado para o prêmio Natura de São Paulo pelo trabalho alternativo de valorização do pescado amazônico.
      “Trabalhos de pesquisa com alimentos precisam ser realizados em parceria com a indústria e o mercado para que seus resultados não sejam condenados a permanecer nas estantes das instituições sem chance de chegar à população. O consumo da carne de peixe cresce a cada ano e a oferta da natureza é cada vez menor, então é preciso estimular as criações e combater o desperdício utilizando toda a carne e resíduos para que a população possa ser bem alimentada!” Esclareceu Nilson.
      Na Delicatessem são produzidos quibe, almôndega, lasanha, bife, salsicha, pirarucu defumado, uma série de mais de 20 produtos que são vendidos diretamente aos consumidores. “Hoje mal conseguimos atender a demanda, há inclusive propostas de fornecimento para redes de supermercados, proposta que ainda não abraçamos porque o mercado do pescado é ainda carece de organização para garantir o abastecimento em escala industrial”, reconhece Nilson lembrando que entre apresentar seus produtos e conquistar a confiança dos consumidores para chegar onde está, foram 12 anos de muito trabalho.
      Ele esclarece que a maioria das pessoas acha que basta industrializar um produto para que se consiga agregar valor a ele, mas não é bem assim, segundo pode constatar durante seu trabalho de pesquisa, desenvolvimento de produtos e contato com os consumidores. “Valor agregado é garantir a satisfação de quem vende e de quem compra! Isso não é fácil porque você precisa conciliar o seu custo de produção para oferecer um produto com preço justo e ao mesmo tempo cair no gosto dos consumidores que tenham condições e disposição para pagar esse preço”.

Produtos alternativos
      Nilson esclareceu ao piscicultores que a carne de peixe para fazer farinha deve ser magra porque a gordura acelera a deterioração do produto final. Explicou que é justamente por isso que ribeirinhos e índios preparam a farinha a partir do bodó, cuja carne é muito boa e contém pouquíssima gordura. “É um alimento tão saudável que até o Ministério do Exército decidiu incluir a farinha de piracuí na alimentação dos soldados, mas quando tentou comprá-la deparou com uma produção artesanal que dificultava sua comercialização em alta escala”.
      Nilson veio ao Acre a convite da coordenadora do projeto de Fortalecimento da Piscicultura, pelo Sebrae do Acre, Rina Suarez, segundo a qual explicou que: “Os resultados deste projeto do Sebrae para o fortalecimento da piscicultura está sendo comprovado pelo aumento constante na produção de carne com qualidade, melhoramos também o sistema de abate, conservação e conquistamos cada vez mais consumidores. Mas estamos atingindo a capacidade de consumo da carne fresca pelo mercado localç, então é hora de buscar novos mercados e criar novos produtos que venham agregar valor à carne do pescado produzido no Acre!”
      O pesquisador esclareceu que, a carne da maioria dos peixes podem ser transformadas em farinha. Durante o treinamento assou dois tambaquis e depois de retirar sua carne preparou a farinha que foi testada e aprovada pelos mais de 20 produtores que participaram do treinamento. “A farinha de peixe é um dos alimentos mais nutritivos e procurados do mundo, seja para fazer ração para animais, como para a alimentação de pessoas”.
      Também ensinou como preparar uma silagem de pescado para utilizá-la no preparo de ração para os próprios peixes e outros animais. Mostrou como preparar uma conserva de peixe para consumo in natura acompanhando saladas ou como aperitivo.
      Apresentou a utilização dos resíduos de pescado como adubo para a agricultura. E ainda o uso do couro de peixe curtido para a fabricação de bolsas, carteiras, sapatos e outros acessórios muito procurados no mercado.

5 comentários:

  1. Bom Dia, Trabalho em uma fabrica de Raçao em RIO PRETO DA EVA AM e gostaria de saber como comprar farinha de peixe, ou produzir, voce poderia me ajudar obrigado 92-92057969

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  2. oi eu moro em Belém do Pará e vejo uma grande oportunidade de fabricar farinha com os residuos de pescados que tem em abundancia aqui.
    meu e mail - michaellago1@hotmail.com
    (91)980690220

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  3. preciso de ajuda para colocar em pratica a ideia

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  4. oi eu moro em Belém do Pará e vejo uma grande oportunidade de fabricar farinha com os residuos de pescados que tem em abundancia aqui.
    meu e mail - michaellago1@hotmail.com
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    meu e mail - michaellago1@hotmail.com
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